18 fevereiro 2008

USF: Enfermeiros contra desigualdade de incentivos

As USFs surgiram como Pilar da nova Reforma dos Cuidados de Saúde. As desigualdades e problemas surgem. Os primeiro ecos para que se corrijam "pormenores" remuneratorios, aparecem tendo como protagonistas os elementos que em baixo refiro.

Ao discriminar a nível remuneratório de forma tão desigual irá sem duvida inquinar o ambiente criado. com os vencimentos dos funcionários, que agora trabalham mais e, na maior parte das vezes, recebem menos. Um novo modelo de funcionamento – o modelo B das USF – permitirá "corrigir estas disfunções",uma vez que os profissionais ( médicos, enfermeiros, administrativos, etc.) não são ainda contemplados com acréscimo de vencimento adaptado à produtividade.

De facto é necessário que se invistam nos Cuidados de Saúde Primários, mas para que tal aconteça é necessário fornecer/equipa-los com recursos materiais e manter o ambiente criado que se pretendia de união das USFs.

Ecos de Insatisfação.

"Pilar Vicente, da Federação Nacional de Médicos (FNAM), referiu que os incentivos previstos pelo Governo para as USF nunca foram aplicados na prática e continuam a «não ser dados os dinheiros, os meios e o pessoal» tal como legislado, num comentário à proposta de portaria do Ministério da Saúde sobre incentivos às Unidades de Saúde Familiar (USF).

A Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou, por seu lado, o descontentamento sobre as diferenças de remunerações entre as classes de profissionais e a dependência do pagamento dos incentivos a enfermeiros e administrativos das acções praticadas pelos médicos.

Jacinto Oliveira, um dos vice-presidentes da OE, lembrou que sempre foi defendido o regime de remuneração especial igual para todos os profissionais de saúde.

«A portaria faz depender os incentivos dos enfermeiros dos resultados da equipa multi-profissional e os resultados institucionais dependem fortemente da actividade médica», sublinhou o dirigente, caracterizando o texto como «perfeitamente inaceitável».

«É muito grave se não for alterado. Esta é uma medida que visa motivar, mas nunca se pode premiar um trabalhador fazendo-o depender de outrem», concluiu." (Fonte Diário Digital)

Podem comentar.

8 comentários:

Anónimo disse...

Para já não falar nas chefias das Usfs que são médicas, isso será outra guerra pelo bom funcionamento dos centros de saude.

Antonio

Anónimo disse...

Se não existir equipas, não há trabalho.

Anónimo disse...

POrtugal é mesmo um pais de manguelas.... um ordenado é pago em contrapartida dum trabalho efectuado....mas para o portugues ainda não basta! Tem que haver incentivo ao trabalho... Eu se mandasse era ao contrário, dava todas as condições para o desenvolvimento das funções dos proficionais, bom salário e até sala de relax se fosse preciso... mas tinham que cumprir... se não atingissem os objectivos...eram descontados...qual incentivo qual que!
Quem vai atestar a qualidade dos cuidados de saúde?
Antes da atribuição do número de utentes ao médico ou ao enfermeiro deviam actualizar-se os inscritos... provavelmente alguns morreram, outros mudaram-se, outros estão inactivos... ao destribuirem estes é fácil ganhar dinheiro...

www.futuruniger.blogspot.com

Blogger de Saúde disse...

Caro colega parece-me que anda um pouco afastado da problemática das UsF.

Quando se constituiram estes incentivos já eram previstos. O que se discute a sua distribuição e equidade.

Anónimo disse...

Não ponho em causa o timing...aliás a bandeira dos incentivos foi abanada para convencer os profissionais a aderirem ao projecto da USF... o que está em causa a meu ver são os incentivos! Os enfermeiros foram logo atras dos tostoes... e de promessas... agora berrem!

Não entendo como antes não se podia fazer melhor pk havia falta de pessoal e agora porque pagam mais já o podem fazer...

os enfermeiros das USF não são mais nem menos que os outros... verdadeira máxima: ou todos comem ou não há moralidade. Já bastava a progressão na carreira ser mais rápida... quando fazem tão pouco.
Não fazem promoção da saúde... não fazem acompanhamento dos doentes crónicos (diabéticos, seguimento das grávidas,saúde infantil, HTA...).... andam simplesmente a reboque... ou a fazer pensos... e a avaliar TA, altura e peso para adiantar para a consulta do sr doutor....

Levei a minha filha a uma USF para a toma das vacinas e nem sequer questionaram ou avaliaram a necessidade de realizar algum tipo de ensino.
Fui atendido numa das vezes por uma enfermeira que nem sequer lavou as maos para a administração do injectável...

Como é evidente faço uma ressalva aos bons profissionais que existem, infelizmente neste campo são a minoria...

Grande parte do pessoal que neste momento foge dos hospitais para as USF ou CS é, dito por eles, para trabalhar menos, deixar de fazer noites e ficar a espera de incentivos!!!

Tudo vai ficar na mesma! Mas chorem...quanto mais chorarem mais probabilidade tem de ganhar mais...e não se preocupem que ninguem lhes pede explicações sobre o trabalho prestado.
www.futuruniger.blogspot.com

Anónimo disse...

Caro Mercurio:

Provavelmente as USF foram criadas, também para acabar com o «estado de coisas» que relata.

Quanto aos incentivos, vejo-os como uma »distribuição dos lucros», nada mais do que isto.


Obviamente que concordo, desde que distribuidos com equidade.

Teixeirinha

Anónimo disse...

Isto dos incentivos é complicado e pode ser um pau de dois bicos. Se por um lado pode ser um estimulo para quem os recebe, por outro pode ser muito desmotivador par quem não os recebe. Porquê dar incentivos aos funcionários das USF e não aos funcionários de outras instituições? Que critérios são usados para fazer esta selecção? Eu acho que os incentivos podem ser positivos quando atribuídos de forma universal e mediante o estabelecimento de objectivos a atingir pelas instituições, serviços ou mesmo funcionários individualmente. Quem conseguir ultrapassar esses objectivos pode e deve ser premiado. Quem não os atingir sem uma justificação credível, pode e deve ser penalizado.

Um abraço.


João Coutinho

Anónimo disse...

In Jornal Público:

«O Presidente da República promulgou hoje o decreto da Assembleia da República que estabelece os regimes de vinculação, carreiras e remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, após o mesmo ter sido expurgado das inconstitucionalidades pronunciadas pelo Tribunal Constitucional.

Depois do “chumbo” do TC da primeira versão da lei, a 20 de Dezembro, o PS eliminou do diploma os dois artigos que incluíam os juízes e magistrados do Ministério Público na lei que institui o regime de vinculação, carreiras e remunerações da função pública.

Numa nota informativa no “site” da Presidência da República (www.presidencia.pt), recorda-se que o acto de promulgação de um diploma legal “não significa necessariamente a adesão do Presidente da República às opções políticas que lhe subjazem, nem implica a sua concordância com todas as soluções normativas nele inscritas”.

Da leitura da referida nota infere-se que o Chefe Estado aprova o diploma porque não quer levantar dificuldades a aplicação desta reforma, mas não concorda com todos os seus pressupostos.»

E agora
Que implicações para a Enfermagem?


Teixeirinha