
“Quando ficamos muito tempo num local, tornamo-nos parte dele…”
Moro, num dado, local calmo, perto da praia, sossegado, em que toda a gente quer eu queira quer não, me conhece, por isso estranho quando me falta a rotina de um “Bom dia”, ou “Está tudo bem?)”.
A vida é assim feita de pequenas coisas, repletas de intenção, como o amor, o carinho que muitas vezes não ligamos até essa rotina, esse sentimento faltar! São Rotinas.
Pergunto, quantas vezes apreciamos, um bom dia de sol, ou a companhia dos nossos Pais, Amigos ou Namorada? O tempo corre e nós corremos com ele fazendo que estas rotinas se juntem às demais, em que não se pensa, fazem-se já sem porquês? Isso acontece na vida pessoal e é muitas vezes expressado ou sentido, pela nossa SAUDADE, quando nos falta!
Quando se está doente, está-se debilitado, sem rotinas, sem pessoas amigas a não ser os Profissionais de Saúde, como os Enfermeiros e Médicos… Todos na nossa vida profissional, esperamos sempre algo de uma dada situação, ou seja transformamos o doente e a situação numa caixa repleta de rotinas ou técnicas!
Sou Pessoa acima de tudo, assim como sou Enfermeiro e constato que os alunos de Enfermagem e nós, Enfermeiros, damos cada vez menos importância à Humanização. Sendo mais frequente o acto de fazer algo pela técnica, sem dar um nome, mas sim um número, o transformar a doença e o doente numa má Rotina! A mesma rotina, que pode ser mudada pela alteração para um Raciocínio Pessoal, atento, alerta!
“Moramos” parte da nossa vida, nos Hospitais ou Centros de Saúde, tanto tempo que tornamo-nos parte deles, por isso hoje escrevo não para se deixar as rotinas, mas para as mudar-mos como Enfermeiros, doentes e pessoas, pois a cura como nós sabemos não se confina a antibióticos ou técnicas!
Um gesto, sorriso, ou um simples olhar, são por vezes suficientes para se alterar a nossa Rotina mental, para com a doença, para com os profissionais de saúde… Em reflexão teórica acerca dos valores do Humanismo na profissão de Enfermagem, Feytor Pinto afirma que, humanizar “é tornar humano; é cuidar a pessoa como pessoa; é dar-lhe a atenção que ela merece. Por isso, vos desejo:
Boas rotinas, mas de qualidade a todos e boas COGITAÇÕES!
Enfermeiro Sérgio Sousa e Enfermeira Vera Carvalho
Bibliografia:
CARVALHO, Maria Manuela – Enfermagem e o humanismo, pág.39
[1]NUNES, Maria Alzira et al – O respeito caloroso na relação de ajuda em enfermagem, pág.174
OLIVEIRA, Maria de Lurdes – Aprender a “olhar” quem de nós se aproxima, pág.121