20 novembro 2007

"Enfermeiros prestam serviços em adegas e cozinhas "

"O enfermeiro João Luís Pereira percorre há sete anos as aldeias rurais e isoladas do concelho de Chaves em visitas domiciliárias. A realidade é assustadora: população envelhecida, acessos precários e condições de vida deficientes, convivem "com graves situações de pobreza, abandono e solidão". Se quer ler mais, clique aqui...)

O enfermeiro João, como é conhecido - na maioria das casas por onde passa já não precisa de bater à porta e é conhecido como um elemento da família -, diz que diariamente se confronta com casos preocupantes. "O que mais encontramos são situações de pobreza, solidão e doença. Às situações de doença, damos a resposta que está ao nosso alcance. Quanto aos problemas de solidão, só podem ser combatidos durante o tempo da visita", explicou.

Se bem que "as situações de solidão não são uma vertente prioritária", o Enfermeiro lembra que faz parte do trabalho "uma constante avaliação das situações e, sempre que seja detectado algum caso grave, deve ser encaminhado para os diferentes recursos da comunidade".

Nem sempre é fácil trabalhar assim, mas o Enfermeiro João Pereira não tem dúvidas: "Somos nós que estamos no domicílio do utente e temos de nos adaptar às condições. Faço muitas vezes tratamentos numa adega, numa cozinha. Mas os cuidados têm é de ter a mesma qualidade." Segundo o enfermeiro, há situações que comovem. "Já me deparei com casos em que por opção vivem sem qualquer dignidade, mas a grande maioria existe por falta de recursos ou puro abandono familiar."

O futuro será difícil. A população local está cada vez mais envelhecida e aumentou o número de solicitações nos centros de saúde. Estes enfermeiros ao domicílio temem não ter mãos a medir.
(Fonte Imagem e texto :D.N)


Quando desfolho o jornal e leio este tipo de noticias, sinto-me feliz, orgulhosa em Ser Enfermeira.

5 comentários:

Anónimo disse...

só se prova que nos centros de Saúde também se trabalha. Trabalho num e o nosso trabalho precisa de ser mais visivel. Força colegas, haja união, sigamos o exemplo dos filandeses.

fatima pereira disse...

Acredito que há muitos enfermeiros como o João Luis, talvés com uma diferença que é notória na reportagem do DN - amar o que faz, porque o faz bem e com qualidade, sejam quais forem as condições!!!

Muito boa gente recusa-se a "trabalhar" porque não "tem" as condições ideais...

Todos sabemos que este é um problema do País e da "politica", acessibilidade que não existe, redes, sociais que não existem, desertificação porque não há condições de sobrevivência...
Esta é a diferença...SER ENFERMEIRO, devemos denunciar estas situações, mas nunca desistir de prestar cuidados "mesmo numa adega"
PArabéns!

Anónimo disse...

isto do "SER ENFERMEIRO" incutido nas escolas como um profissinal da compaixão e do amor infinito tem de acabar... é sim, um profissional com competências científicas, técnicas e humanas que procura responder a necessidades humanos...
o resto é conversa de livro.... e de professor que precisa de alongar as aulas para sobreviver....

Maria da Luz disse...

Parabéns colega

Soluções....
Apesar de o nosso governo estar de certo modo a facilitar a localização de empresas no interior do pais, isto aparentemente ainda não se nota muito, porque se tem facilitado mais a fixação dos habitantes nas zonas costeiras e urbanas, ficando o interior desertificado.
É urgente dar ênfase a estes actos corajosos.
Persistindo em facilitar regalias aos jovens que decidem viver por estas aldeias.
Nós temos o dever de alertar para os problemas destes nossos idosos.
Não os podemos abandonar hoje são eles, amanhã seremos nós.
Força amigos... também luto por isso

Anónimo disse...

Obrigado pelas palavras amigas Fatima e Maria da Luz.

Sei que no Centro de Saúde também se trabalha, pelo que o preconceito ou ideia formada que "no centro de Saúde nada se faz", está felizmente a terminar.

Acredito e converso muitas vezes com o Sergio nesse sentido que Enfermagem se encontra num momento em que temos que agarrar, competências, oportunidades e tornarmo-nos visiveis.

Para que isto aconteça temos que definir muito bem o que cada Enfermeiro faz\tem competências para... e mais importante definir as competências do Enfermeiro Especialista. Considero também que o novo modelo de desenvolvimento profissional aprovado pela OE, será uma mais valia.

Aproveito para vos convidar a participar na discussão das Competências do Enfermeiro Especialista em Saude Materna e Obstetrica.

Cliquem no link em baixo

http://www.ordemenfermeiros.pt/index.php?page=29&news=539#article539